Estou lá e as escolhas estão com você

- por Grazi Pinheiro


Ei. Consegue me ver aqui? Acho que não. Estou por trás de uma grande árvore de experiências continuas, onde nascem flores coloridas, que espalham sua essência pelo ar onde me encontro respirando. A essência do seu perfume. Ai, aquele perfume! Eu o respirava até o meu último fôlego. E o ar em que me vejo é fresco, como era o seu beijo num dia quente...
Também estou por trás do medo de não conseguir te esquecer. Eu sei que foram tantas coisas vividas, como entregas de cartas, composições feitas, abraços apertados quando a saudade parecia ser infinita. Mãos entrelaçadas, momentos de decorar feições perfeitas, onde eu contornava suas sobrancelhas até chegar a boca.
Tente olhar por trás de desenhos infântis, eu estou lá. Nas horas de brincadeiras, sorrisos, céu azul, flores na grama. Quantas risadas por coisas sem sentido. Mas era divertido, pois você estava comigo.
Ainda não me encontrou? Me procure em fotos, sonhos, sonos, lembranças, músicas, frases, perfume. Não é difícil, eu estou nas coisas mais simples que você considera. O amor é simples, não? Se quiser me encontrar sem rodeios, me procure nesse sentimento. Mas acho que seria mais divertido se fosse por cada situação e lembrança.
Tenho um caderno, onde escrevo poesias, canções e corações. Mas nele consta uma folha e meia, já está acabando. E quero dar início com um parágrafo de dois dedos, só não posso deixar cair algumas lágrimas teimosas, pois é minha última folha, não posso manchá-la. Que tal escrever sobre um garoto em que me deixa bamba com apenas um olhar? Ou simplesmente escrever sobre alguns pedaços de coração que deixei pelo caminho para que você achasse propositalmente. Mas até agora você não apareceu para me devolver e dizer que queria um pedaço. Eu gostaria de dá-lo inteiro.
Agora, nesse momento, estou por trás de uma janela, vendo a chuva de pensamentos e também de gotas de chuva. De vez enquando faz frio. Eu respiro bem fundo e expiro o suficiente para embaçá-la e escrever o que eu sinto falta de te dizer. Está exatamente assim: "Acho que eu te amo..."
Quando você resolver me encontrar, procure a janela. Corra, pois o que está escrito pode não resistir ao tempo.

Mas já?!

Percebemos que o ano está no final quando vemos o Papai Noel sentado para tirar fotos cobradas com você no shopping, quando vemos propagandas de faixas de filmes feita especialmente para você na Globo, como "o Grinch" e "Esqueceram de mim não sei quantas vezes" e também conta os programas especiais da Xuxa cantando a música "Noite Feliz" e as peripécias(?) do Didi, em que até meu avó é mais engraçado do que ele. E quando erramos exatamente no número do mês. "Já é doze, né?!" Pois é.
Mas nem tudo pra mim são rosas perfumadas, pois eu ainda estou fazendo provas ATÉ SEMANA QUE VEM! Mas acho que sobrevivo. E isso também justifica minha ausência no blog. Sorry!
Não gosto de pensar em despedidas. Acho chato, sabe... me vem sempre a imagem daquele lencinho branco de assoar o nariz na mão. Vai entender. Sei que não vou mais poder ver algumas pessoas, por motivos de mudanças ou transferência para uma outra escola, no meu caso por exemplo. Nesses momentos de nostalgia, me veio também as coisas curiosas, pra mim, e irresponsáveis pra minha mãe que aconteceram nesse ano HIHI

Sabe aquele tênis sujo? E sabe aquela desculpa que o fim de semana estava cheio de compromissos e que você não teve tempo para lavá-lo? É, foi meio assim. Mas dizem que all star sujo é moda, então... olha de novo a desculpa...

Sempre no início das aulas, eu começo com a letra mais linda e redonda que consigo fazer. E com adesivos colados para dar aquele ar de "meu caderno vai ser impecável!" Não sei se acontece o mesmo com você, mas quando compro um caderno, eu aliso as folhas, sinto a inspiração para escolher uma caneta colorida e demorar o suficiente para o professor apagar o quadro e escrever outra coisa. É a sensação da síndrome do "caderno novo". E quando passa um mês ou um pouco mais, o caderno não é mais novo. Acabou o encanto.

Ah! E todas as últimas folhas do meu caderno tem letras de músicas e jogos da velha e corações com o nome do meu professor de Ed. Física

Nunca consegui acabar uma borracha. E nesse ano não foi nada diferente. E aquela de duas cores, em que diz a lenda: "o lado azul apaga caneta." Desde quando? #FAIL

E as fomosas fotinhas que marcam, como essa. Eles acharam engraçada, blé! Repara. Ninguém merece... Vou sentir falta de vocês 1008.